sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Manhêêêêê...

Aprendi muito do que sei com minha mãe. Herdei dela a habilidade na cozinha. Atualmente, mesmo com a visão estremamente prejudicada e a saúde debilitada, está sempre querendo testar uma nova receita. Aprendi com ela, desde menina, a distinguir um serviço doméstico bem feito e a fazê-lo bem. A habilidade com crochet (aprendi quando tinha oito anos), bordados, tricot e artesanatos em geral, também deve ter vindo de minha mãe. Hoje ainda, eu soube que ela esteve em uma loja de produtos para artesanato, amparada por meu pai, pois já não consegue sair sozinha, a procura de bolinhas de Natal. Deve estar tramando alguma coisa... hehehe
Estava lembrando alguns momentos inesquecíveis que minha mãe esteve comigo...
Meu primeiro dia como professora na escolinha rural. Eu tinha 18 anos e teria que ensinar turmas multiseriadas e ainda  dar conta da limpeza da escola e preparo da merenda escolar. Eram outros tempos! Ela foi comigo, organizou a cozinha da escola e preparou o lanche para os alunos, enquanto eu tentava dar aulas para quatro turmas na mesma sala e ao mesmo tempo... affffff
No último período da universidade eu tive problemas respiratórios bem sérios. Quando chegava em casa, já de madrugada, eu tinha medo de dormir, achava que iria sufocar, morrer, não sei ao certo. Minha mãe sentava ao lado de minha cama e velava meu sono até passar a falta de ar, eu me acalmar e dormir.
Uma vez eu me aborreci e falei para minha mãe que ela gostava mais de meu irmão, que se preocupava mais com ele. Ela me respondeu: "Não é isso , filha! Acontece que se você me disser que um pedaço de pau é uma pedra, eu acredito. Não tenho preocupações com você". Diante dessa declaração me convenci.
Quando minha filhota nasceu, ela esteve presente o tempo todo. E na primeira vez que minha filha chorou e eu não sabia o porquê, minha mãe estava ali, ela se desesperou comigo e me deu forças também. Foi nesse dia que eu entendi o que é ser Mãe e que um filho é para toda a vida.
Minha mãe me deu as broncas necessárias e o amor suficiente para que eu seja a pessoa que sou. E se não sou melhor, a culpa não é dela. Sei muito bem (e embora enquanto somente filhos não entendamos), que toda mãe quer somente o melhor para seus filhos.


Maternidade - Pablo Picasso - 1901


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