quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Observações, impressões e quetais! (adoro essa palavra!)

Há quem não goste de viajar de ônibus. Eu aprendi a gostar. Bem, para falar a verdade eu adoooooooooro viajar. Pode ser de carro, ônibus, trem, barco, bicicleta... pegou a estrada, está valendo! Filhota saiu a mim. Toma um dramin e "vam'bora"... weeeeeeeeeeeeeeeeeeeee
Hoje viajei de ônibus. A única coisa ruim de rodoviária e ônibus é o cheiro... afeeeeeeee! Eu sou bem chata pra cheiros e definitivamente nesses locais o odor, na maioria das vezes, é medonho. O resto é interessante, outras vezes intrigante, ou divertido e até mesmo comovente.
Eu gosto de observar as pessoas. Tá, tá, confesso que nem sempre fui assim! risos... Durante uma viagem de ônibus dá pra se fazer observações bastante interessantes... O menininho da poltrona ao lado, na viagem que eu e filhota fizemos nas férias, cantarolando "Vai dar tudo certo! Vai dar tudo certo!" na chegada em Curitiba... E não é que deu tudo certo mesmo!
A Dona Sebastiana, eu conheci em um de meus retornos de Guarapuava, uma figura. Mulher forte, já encarou a polícia nas lutas do MST. Em vinte minutos de conversa me contou muitas coisas sobre o movimento e as "peleias" que já enfrentou. Testa vincada, pele castigada pelo sol, mas uma sabedoria enorme. Não se despediu, sem antes me passar o número de seu celular e me convidar para aparecer em sua casa no assentamento em Guará para um café. Enquanto escrevo isso me dei conta que devo lhe mandar ao menos uma mensagem, já que ainda não fui lhe fazer a visita.
Na viagem de hoje, na ida, minha companheira de poltrona era uma senhorinha idosa. Ela era simpática, mas de pouca conversa. Tudo bem! Da metade do caminho até Guarapuava, uma ex aluna me chamou para sentar com ela. Altos papos! Eu já gostava dela, fiquei gostando ainda mais.
Na volta, o mesmo casal de velhinhos que embarcou em Cantagalo pela manhã, entram no ônibus... Ela pequenina, com seu casaco vermelho e bengala. Ele, um pouco mais fortinho que ela e com ótimo senso de humor, vem logo atrás. Quando vejo a sua dificuldade em se locomover e a ajudo, ele brinca: "- Por isso que eu não quero ficar velho!". Na parada em Três Pinheiros ela desceu para ir ao banheiro. Ofereci meu braço, fomos e voltamos juntas... Ela quase não falou, mas quando desceu em Cantagalo,  ficou me procurando para se despedir. Fiquei observando os dois entrarem em um taxi, enquanto o ônibus se afastava...

Um comentário:

  1. A melhor máxima do filme "perfume de mulher" é: "uma vida acontece em um momento"... Imaginemos que várias vidas podem acontecer em uma viagem de ônibus... esse foi o caso, ao que me parece... Parabéns pela narrativa e pela sensibilidade em observar e participar com as companhias de viagem..

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